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Archive for 4/22/12 - 4/29/12

China: Ativista cego Chen Guancheng escapa de prisão mas família é atacada pelas autoridades.

Dramática situação do ativista chinês Chen Guancheng que milita pela defesa dos direitos humanos em seu país. Agora procurado pelas autoridades chinesas, se for preso poderá ser condenado à morte, ou à prisão que poderá chegar a 10 anos! Sua família está sendo castigada por casa da sua fuga. Veja à seguir:

Chen Guancheng após fuga da prisão domiciliar - 27-04-2012 "Snapshot"
Por Saulo Valley - Rio de Janeiro, 27 de Abril de 2012 - 07h01 GMT-3

De acordo com ativistas dos direitos humanos chineses, destacando a jornalista e ativista Rachel Beitarie, Guancheng teve sua casa invadida por policiais, mas o rapaz (mesmo cego) conseguiu pular o muro e escapou da prisão. Ajudado por outros aldeões, o ativista está escondido do partido comunista em lugar confirmadamente seguro, mas seu pai foi preso em seu lugar e os móveis de sua casa destruídos. Agora seus demais familiares estão sendo perseguidos e atacados. Crianças, jovens e idosos estão pagando o preço da resistência de um único parente às regras abusivas do partido comunista chinês.

O fato que aconteceu ontem no vilarejo de Dongshigu. As autoridades chinesas incrementaram uma campanha de prisão de ativistas de Direitos Humanos e ativistas políticos, levando-os à prisão e consequentemente à pena de morte um grande número.

Fato

Momento de tensão quando a notícia começo a se espalhar, que a polícia estava fazendo buscas para prender Guancheng, mais conhecido pelas siglas "CGC".

Em conversa com um ativista chamado Chen Kengui (32), o escritor, blogueiro e ativista Yaxue Cao contou o que Chen lhe disse ao telefone que no início da manhã desta quinta-feira (26), um grande número de veículos não-oficiais invadiram a aldeia. A mãe de Chen kengui é cunhada de Chen Guansheng que afirmou ter ouvido os estranhos à paisana falando ao telefone que "CGC" havia desaparecido. Até então o acontecimento parecia isolado e longe da compreensão de familiares de "CGC" e aldeões vizinhos.

Kengui contou para Yaxue que se distraiu com as atividades do dia e se esqueceu do acontecido. Mas no fundo tinha a sensação de que algo ruim estava para acontecer. Kengui contou a seu amigo que perto da meia-noite um grupo de homens desconhecidos pulou os muros de sua casa. Os cadeados foram arrebentados e as portas arrombadas com chutes. Kengui, disse que ouviu quando sua mãe começou a chorar, foi quando deparou com um homem que reconheceu com sendo Zhang Jian, chefe do município de Shuanghou que controla a aldeia de Dongshigu, onde vive "CGC".

Kengui contou que ao reconhecer o funcionário do governo pegou duas facas de cozinha e saiu da casa. O Ativista Yaxue Cao disse que Kengui ouviu quando o chefe distrital gritou: "Olhe! Ele tem duas facas de cozinha! Prendam-no!" Kengui disse que não sabia quem eram os invasores e que estava disposto a se defender e à sua casa.Os invasores não apresentaram qualquer identificação, e ao receber a ordem de captura partiram para cima de Kengui para dominá-lo. O rapaz conta que recebeu vários golpes na cabeça com um pedaço de madeira bruta.

Logo em seguida partiu para cima dos agressores com as facas e eles fugiram. De acordo com o testemunho de Kengui, ele teria corrido atrás dos bandidos mas não conseguiu alcança-los. Em seguida fugiu e se escondeu em lugar onde ficasse seguro. Mas tarde ligou para a polícia e se entregou. Kengui disse que na casa deixou seu filho que estava de cama, com febre.

Kenghui disse que ficou sentando esperando a polícia chegar para prendê-lo. Não entende porque seu pai (54) teve que ser preso, mesmo sendo idoso e inocente e não podendo caminhar.

Chorando kengui conversou com o amigo Yaxue Cao que prometeu conseguir-lhe um advogado. Chen Kengui ainda desbafou:

"Eu sou inocente. Eu não peguei duas facas para sair matando pessoas, eles invadiram a minha casa! Espero que eu tenha direito perante a lei e que perante a lei todos sejamos iguais!"

"Se estou condenado à morte, espero que alguém vá ajudar a cuidar do meu pai, minha mãe, minha família, meu filho..."
Ainda de acordo com as conversas de celular transcritas por Yaxue Cao, Cheng Guancheng esta doente e juntamente com sua avó (80) eram mantidos em prisão domiciliar e proibidos de receber visitas. A conversa revela ainda que CGC perdeu um irmão no início deste ano. Também demonstra os efeitos colaterais de se tentar proteger pessoas dos abusos de autoridades na China. CGC e vários parentes suas haviam sido espancado violentamente em situações anteriores, revela a conversa.

Durante o diálogo, aparentemente mais calmo, Kengui comenta que já fazia 1 hora que havia chamado a polícia para prendê-lo mas não haviam dado qualquer sinal. Durante o desabafo Kengui pergunta:
"Será que a China ainda tem lei?"

A seguir: Video gravado nesta sexta (27) em chinês pelo ativista Chen Guancheng após sua fuga. Para conseguir a tradução acesse ao canal do youtube e selecione a tradução do áudio para o idioma de sua preferência.

  

Síria: Hospital Nacional de Homs por dentro e por fora.

O regime sírio é o único responsável pelo estado de destruição que domina as paisagens urbanas da Síria. Bombardeios diários e intermináveis, não são disfarçados nem mesmo na presença dos Observadores, que precisam se esconder para sobreviver. Em primeira-mão tivemos acesso a um vídeo gravado por um ativista sírio na entrada do Hospital, onde 49 corpos se decompõem há 51 dias.


Seguidos pela multidão, os Observadores chegam à área do Hospital Nacional,
o prédio claro no centro da imagem  - 25-04-2012 "Snapshot"
Por Saulo Valley - Rio de Janeiro, 26 de Abril de 2012 - 18h43 GMT-3
Atualização 30-04-2012 as 15h29


14 de Abril de 2012 - Comandado pelo 1º Tenente Abdul Talas, uma tropa do Batalhão Faruq de Rastan, pertencente ao Exército Livre, conseguiu chegar até o Hospital Nacional de Homs, que antes era ocupado pelo exército regular sírio. Até então o prédio estava sendo utilizado como centro de torturas de civis pelo regime, e um vídeo vazado do exército sírio regular no dia 9, mostra que o telhado do prédio era utilizado por franco-atiradores. Observe no vídeo a seguir, que as estruturas do prédio estavam ainda em boas condições, apesar de completamente vazio.





20 de Abril - Após o Exército Livre ter ocupado a região do Hospital, o regime sírio iniciou uma nova investida. Uma verdadeira chuva de balas de todos os calibres, inclusive morteiros e foguetes.


24 de Abril - Deste a chegada do Exército Livre até o presente momento, os bombardeios continuam na região, tendo o Hospital Nacional, como um dos alvos principais permanentemente. Durante toda a revolução, o hospital foi largamente atacado à tiros pelo exército sírio e forças de segurança. Médicos e profissionais de saúde, intimidados, proibidos de atender à população, sequestrados, espancados e torturados e executados cruelmente.

O vídeo a seguir foi gravado no dia 24 de Abril em 2012 - Ele apresenta a atual realidade do Hospital Nacional em Homs. Uma cortesia do presidente Bashar Al-Assad.


Nesta quarta (25) publicamos uma matéria sobre os 45 corpos em estado de decomposição avançado encontrados no Hospital Nacional de Homs há 51 dias.

Legendado em Inglês: Momento em que populares foram tentar recuperar os corpos em decomposição  no Hospital Nacional de Homs, Após muitos pedidos às autoridades competentes, sem que nada tivesse acontecido. Por esta razão decidiram agir volntariamente, utilizando materiais improvisados. Um risco sério à saúde. CENSURA +18



Também o Hospital Nacional teve a visita célebre dos Observadores das Nações Unidas.


Síria: Arrastar corpos nas ruas, enterrar civis vivos são obras de Al-Assad.

Depois de ter publicado a humilhação que o povo sírio vem sofrendo com os corpos de seus parentes e amigos mantidos pelo regime sírio nas ruas para apodrecer há mais de 30 dias (veja aqui), agora novas situações que comprovam que o regime sírio precisa ser parado de qualquer modo.

Por Saulo Valley - Rio de Janeiro, 26 de Abril de 2011 - 08h20 GMT-3
Atualização: 10h24.

Sem qualquer propósito justo, o povo da síria tem sido humilhado ao extremo pelo seu presidente, que por não aceitar deixar o cargo por excesso de incompetência de administrar um país, decidiu destruí-lo juntamente com seu próprio povo! Sem qualquer justificativa, as pessoas estão sendo presas, torturadas, mutiladas e assassinadas em uma média diária de 60 vítimas, uma catástrofe humana!

Enterrados vivos

Ontem, recebemos a denúncia de um popular que foi enterrado vivo e deixado apenas com a cabeça para fora para morrer de fome e sede, justamente com a chegada do verão, que é causticante! Este jovem foi surpreendido enquanto filmava as operações criminosas dos soldados do regime.

Cinegrafista amador foi enterrado vivo por forças de segurança.
 "Snapshot"  25-04-2012
Arrastados no asfalto

Na sequência dos abusos de poder, abusos de autoridade, crimes contra a humanidade, crimes de guerra, corrupção, crimes políticos e contra os direitos humanos, outras provas surgem para mostrar ao mundo que um grau elevado de insanidade e brutalidade gratuita domina este governo: Um outro civil foi preso, espancado e assassinado pelo regime sírio. Depois teve seu corpo amarrado ao pára-choque do automóvel dos seguranças que passaram a desfilar pelas ruas do bairro buzinando insistentemente, enquanto chamavam a atenção para o corpo sendo arrastado no asfalto.

Civil preso, torturado, assassinado, arrastado no asfalto pelos seguranças
"Snapshot" 25-04-2012
Definitivamente não há qualquer estratégia nestas ações. Apenas castigar o povo sírio por desejar a liberdade e a garantia de seus direitos protegidos. Garantidos largamente em todo o mundo como uma necessidade básica do ser humano.

Soterrados vivos 

Nesta quarta em Hama, a queda de um avião militar sobre 12 residências esmagou todas as famílias que estavam debaixo de seus telhados. Vizinhos e familiares correram para tentar resgatar os corpos, mas as forças de segurança impediram o resgate e o acesso dos veículos usados para tal, inclusive ambulâncias...

Presos aleatoriamente

Outra denúncia enviada pelos ativistas europeus, em especial italianos, franceses e também sírios: Milhares de pessoas foram presas e envidadas de volta para casa. Estas pessoas foram libertadas após longas seções de torturas físicas e psicológicas. Mulheres e crianças são estupradas nas prisões. Homens adultos e jovens são torturados e mutilados vivos. Mesmo assim há pelo menos 1200 pessoas que foram presas desde o ano passado e nunca voltaram. O ativista italiano Sérgio Mazella, um grande defensor dos Direitos humanos internacionais, citando a União de Coordenadores de Aleppo, disse que houve um vazamento de informação nesta última terça-feira, que as milícias de Al-Assad em Aleppo haviam prendido "mais de 153.000 pessoas desde 15 de Março"! De acordo com as fontes mais de 19.000 moradores da cidade ainda estão em poder do Ditador Bashar Al-Assad, em sistemas prisionais oficiais e improvisados.

As fontes relatam que há 700 prisioneiros dados como desaparecidos e outros 500 foram transferidos para a Prisão Central em Damasco mas não há qualquer informação sobre seus paradeiros. Chamando a atenção para o detalhe: Este é apenas o relatório de uma única cidade síria!

A mudança virá?

Será que alguma mudança vem a seguir? As agências de notícias vazaram uma informação não confirmada da retirada da China do grupo de apoio a Al-Assad. O Sunday Times foi citado como anunciando que o Exército Livre receberá mísseis similares aos Scud para destruir os tanques sírios.


Nesta quarta, uma grande manifestação foi abençoada com o anúncio de uma gigante rebelião militar, que contou a presença de um espantoso número de soldados que foram anunciar adesão ao Exército Sírio Livre, por meio do Batalhão Faruq em Rastan.




Observadores desarticulados

Ainda as Organização das Nações Unidas foi citada como exigindo o envio de 300 novos Observadores para a síria em 3 dias no máximo, à contar de ontem (quarta 25-04). O impasse é grande. O regime sírio só quer permitir acesso a Observadores de origem de países aliados... Cercados de bombardeios e franco-atiradores que atentam contra suas vidas, os profissionais mal conseguem sair dos hotéis onde estão hospedados.

A exemplo do que foi noticiado ontem pela agência síria "Ugarit News", o regime sírio adotou a seguinte estratégia:

Quando os observadores estão se aproximando de uma determinada região, as tropas militares e os tanques e blindados são ocultados. Os Observadores iniciam seu trabalho e franco-atiradores do regime são instalados nos terraços e coberturas dos edifícios em posições estratégicas, para controlar várias ruas de um mesmo ponto. Assim, podem continuar matando sem que isto gere relatórios de atividades militares na região. Após a saída dos Observadores, os tanques retornam e a chacina recomeça em larga escala, sempre agravando a punição para os que delataram o regime para os Observadores, neste tempo.

Por outro lado, uma matéria da Aljazeera Arabic mostrou um grupo de manifestantes sírios  vestidos de Observadores Internacionais Cegos percorrendo as cidades usando óculos escuros, representando o desinteresse da missão de realmente informar o que acontece no país, com os crimes sendo cometidos diante de seus olhos todos os dias!

continua...

Síria: Há pelo menos 30 dias 49 corpos apodrecem nas ruas.

O regime sírio se utilizou desta tática para humilhar o povo sírio nos meados de 2011. Dezenas de corpos em decomposição deixados nas ruas de diversas cidades do país. Agora uma nova denúncia enviada por pessoas que não conseguem resgatar os corpos de seus parentes das linhas de tiro dos franco-atiradores.

Manifestantes tentando resgatar o corpo do amigo, tenta fugir
dos tiros do sniper - 21-05-2011
Por Saulo Valley - Rio de Janeiro, 25 de Abril de 2011 - 17h29 GMT-3

A situação é dramática. O mau cheiro e a propagação de doenças é uma realidade. No mês de Maio, as temperaturas sobem na Síria, fazendo exalar do asfalto quente um cheiro insuportável de corpos apodrecidos.

A dor das famílias que não conseguem resgatar os corpos de seus entes queridos por causa dos atentos e maliciosos atiradores de elite, que instalados em posições estratégicas, utilizam os mortos como iscas para atrair parentes e amigos para suas alças de mira.

Ativistas em Homs denunciam que um jovem chamado Ibrahim Omar, foi morto por um dos atiradores sírios e deixado como isca numa via pública de Baba Draid. Assim como o rapaz, ativistas denunciam que há vários outros corpos que apodrecem nas há pelo menos 30 dias. Ainda em Baba Draid, na altura de um Jardim de Infância, 4 corpos estão apodrecendo há 28 dias.

Mas a visão mais violenta que um ser humano pode ter, está localizada na entrada do Hospital Nacional. Exatamente 45 corpos amontoados apodrecem há 50 dias e não há quem possa retirá-los de lá! Os ativistas dizem que a maioria dos corpos foram de vítimas dos bombardeios constantes que caem sobre a cidade de Homs.

Rindo da fragilidade do povo sírio e zombando da burocracia internacional, Al-Assad utiliza corpos como ferramenta para humilhação e tortura psicológica do povo rebelado contra o sistema opressor. Uma estratégia de guerra das mais sujas.

Há relatos de corpos mutilados ou de partes de corpos deixados nas ruas, dando prosseguimento à mesma estratégia praticada no ano passado na mesma época, quando mostramos que muitos corpos (ou parte deles) eram jogados nos lixos deixados nas esquinas, à espera da coleta que (por ordem do regime) não passa na maioria das cidades rebeldes.

O que as autoridades internacionais farão à respeito? Crescente Vermelho ou a Cruz Vermelha não deveriam estar sendo ativados agora?

Mais mortes

A agência síria Ugarit divulgou um breve relatório informando que nesta quarta-feira 79 civis foram mortos pelo regime sírio e pelo menos 57 das vítimas foram assassinadas em Hama, na região de Al-masha.

Syria: Snipers usam silenciadores para driblar Observadores.

A missão dos Observadores na Síria vem sendo minada pelo próprio regime sírio. Independente dos intensos esforços do regime para sabotar a missão, é relevante perceber que são 30 observadores para cobrir 1000 cidades, vilas e aldeias, além de uma média diária de 770 manifestações populares simultâneas em todo o país.


Por Saulo Valley - Rio de Janeiro, 22 de Abril de 2012 - 22h10 GMT-3

Os silenciadores são as novas armas do regime sírio. Nos bairros do subúrbios de Douma, tem sido notado o uso abrangente da tecnologia, por parte do regime sírio,  para continuar matando a população de Homs em especial. Apesar do assunto estar sendo levantado agora, a agência síria rebelde "Ugarit News" fez a primeira abordagem ainda no período em que a Liga Árabe tentava uma pacificação no conflito entre o regime e a oposição, o que foi um verdadeiro fracasso.

Na mesma linha, as Nações Unidas agora encontram as mesmas dificuldades de tentar seguir o protocolo, enquanto esforça-se para que a missão de paz tenha sucesso, mas como hoje publicamos, os Observadores estão sendo alvejados por atiradores do regime sírio instalados nos telhados dos prédios.

Ocupação militar do Hospital de Homs para impedir socorro à população.
Outra informação que deixa clara a intenção do regime de continuar o massacre, é a ocupação do hospital militar em Homs, instalando atiradores no telhado e um grande aparato de guerra. A intenção da ocupação é impedir que a população tenha o direito ao atendimento médico, enquanto continuam sendo perseguidos e executados pelas tropas do exército sírio e pelas forças de segurança. Os sobreviventes são impedidos de ser atendidos, parta que não sirvam de testemunhas contra Al-Assad.

Continua...


HOMS: SNIPERS atiram em observadores e regime esconde tanques nos colégios.

A situação parece uma brincadeira de gato e rato. De um lado o ditador genocida Bashar Al-Assad. De outro, as Nações Unidas representada pelos Observadores Internacionais implantados no país para verificar e garantir o acordo do cessar-fogo ora firmado entre as partes. Na prática, os Observadores estão deixando de enxergar massacres realizados quase que diante de seus olhos.

Enquanto acompanhava os Observadores, o dissidente 1º Tenente Abdul Razzaq Talas
é recebido como herói, por dedicar-se a proteger as mães de Homs, do regime sírio.
"Snapshot"
Por Saulo Valley - Rio de Janeiro, 23 de Abril de 2012 - 07h34 GMT-3

Homs é a região mais atacada pelo regime sírio por meio de bombardeios incessantes, invasões nas residências seguidas de prisões aleatórias, torturas e mutilações até a morte. Coincidentemente é o lugar escolhido como base dos Observadores Internacionais. Como pode um Observador assinar um relatório afirmando que em Homs: "Está tudo em paz" ou "Nada anormal"?

Foi relatado neste fim de semana que os Observadores decidiram se hospedar no mesmo hotel na cidade. Isto facilitaria o encontro do grupo ao final do dia para discutir os acontecimentos e para a formulação do relatório, e receber novas instruções para o dia seguinte. Contam os populares que assim que os observadores deixavam a região visitada para retornar à base improvisada no hotel, os bombardeios re-iniciavam e os tanques voltavam às ruas destruindo e matando tudo o que encontrava.

Por estas denúncias, o líder dos Observadores decidiu deixar 2 especialistas definitivamente instalados na cidade. Com isto, os populares passaram a se sentir mais seguros um pouquinho.


Mas a rotina destes profissionais não é simples. Enquanto percorrem as ruas de carro, são acompanhados por uma gigantesca nuvem de testemunhas oculares. Uma verdadeira procissão, em que a maioria que contar um fato que considera importante aos olheiros internacionais. A verdade é que há um  forte esquema do regime sírio para frustrar esta missão, a exemplo do grande sucesso que obteve na missão enviada anteriormente pela Liga Árabe. A estratégia consiste em dar espaço, mas minar a credibilidade do relatório. para que isto aconteça com sucesso, o serviço secreto sírio infiltra agentes ou partidários de Al-Assad no meio da multidão para dar depoimentos e testemunhos exagerados, ou completamente falsos. Eles ainda fornecem informações contraditórias e aproveitam a oportunidade para vigiar os depoimentos verdadeiros para notificar a fonte e entregá-la ao regime para prestação de contas...

Percorrendo as ruas da cidade cercado de dezenas ou centenas de pessoas falando ao mesmo tempo, contando histórias absurdamente violentas, torna-se difícil dar espaço para que o Observador consiga realizar seu trabalho com clareza.


Video: Enquanto percorria as ruas de Homs no dia 21 de Abril de 2012 (sábado), Observadores sofreram atentados à tiros por sniper acusado de servir ao regime sírio:


Com a volta da velha estratégia de utilizar fotografias e vídeos de outros conflitos em outros países e outras datas, o regime sírio busca confundir as informações até mesmo na internet, na troca de provas entre ativistas online. Nesta sexta eu mesmo identifiquei imagens da guerra do Iraque em 2001 e da revolução Líbia em 2011 como sendo comprovação de massacres realizados pelo exército sírio nesta semana em Homs ou Idlib.

Flagrante: Tanques nas escolas de Homs - cortesia: "Homs: Mãe dos Mártires"
Na corrida contra o tempo, Al-Assad ainda espera resgatar a "tranquilidade" de seu governo impetrando castigo contra a província rebelde de Homs, como meio de cessar a revolução na raiz. Longe de cumprir qualquer tipo de acordo no âmbito internacional, o regime sírio mantém suas tropas nas cidades e seus tanques escondidos nos pátios das escolas, aguardando o retorno dos Observadores para seus respectivos alojamentos, a fim de retornar a busca pelo fim da rejeição ao seu regime que já perdura há 48 anos de corrupção, crueldade e genocídios.

Continua...

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